quinta-feira, 24 de março de 2016

AVESSAS

Acredita-se que os opostos se atraem, disso eu tenho certeza, do que eu não tenho certeza, é da minha própria certeza.

terça-feira, 22 de março de 2016

O tempo passa para todos, trazendo consigo as marcas de uma trajetória.

APRENDENDO A VERANIZAR

Veranizar é viver um dia após o outro sem medo do que irá acontecer, e se acontecer algo que lhe decepcione, que seja para amadurecimento pessoal, sabendo que um novo dia virá após aquele.
Relevar, deixar ser aquecido pelo sol, que vem para enxugar nossas mágoas, nossas mazelas. O sol é um sinônimo de verão, sua luz nos traz vitamina D, que por sua vez, torna nossa imunidade mais resistente. Evita que águas paradas fiquem alojadas dentro de nós.
Aprenda a veranizar...
Mágoas nos fazem permanecer em um constante inverno emocional.

quarta-feira, 16 de março de 2016

SOMOS RIO, SOMOS MARGEM, SOMOS A TERCEIRA MARGEM

      Rodeado de pessoas, mas sozinho sempre. Não importa o quão importante você seja, sempre haverá um impasse que norteia suas margens.
Somos inconstância, somos vento, somos rios, que por vezes apresentam águas turvas, de difíceis visibilidade de sua profundidade, mas, outrora, transparentes, límpidas, puras como um sorriso de uma criança que se deleita ao amamentar-se.
   Os rios contornam nossas emoções, banhando nosso temperamento e mostrando quem verdadeiramente somos, tornando-nos "de dia e de noite, com sol ou aguaceiros, calor, sereno, e nas friagens terríveis do meio-do-ano, sem arrumo [...] por todas as semanas, e meses, e os anos", total escravo de nossas próprias margens.
      O homem, o rio, o eu, o tu... Todos buscamos desbravar nosso peito, nossa consciência, provocando um constante confronto que resulta o brutal deparo com a real terceira margem do rio, desejando que apenas nos "depositem também numa canoinha de nada, nessa água, que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro", mantenho-me inquieto por respostas de meu universo, o rio.
                                                         (Igor Marques, entrelinhas)

MEMORIAL DE UMA VIDA

Relembrar é viver.
Viver é movimentar-se.
Movimentar-se é viver.
Foi através de alguns movimentos que perceberam que eu seria um apaixonado por artes – dança, em especial.
Aos três anos de idade iniciei minha trajetória na dança, mas pra mim eu iniciei na barriga da minha mãe. Desde pequeno era apaixonado por dança, a dança me acalmava, tranquilizava. Se eu estivesse chorando e de repente tocasse uma música, deixava o choro de lado e começava a dançar. Essas situações eram bem engraçadas.
Fui crescendo e perdendo o foco da dança, pois os estudos começaram a me sufocar. Tirar as notas máximas na escola se tornaram objetivos indispensáveis. Todo ano era a mesma coisa: passava de segunda avaliação em todas as disciplinas, mas sentia que algo estava faltando. Naquela época eu não entendia nada, mas hoje tenho consciência que era falta das vivências artísticas.
Era proibido por meu pai de praticar qualquer tipo de manifestação artística, então comecei a praticá-las em secreto.
Aos dez anos, meados dos onze, comecei a participar de quadrilhas infanto-juvenis, mas logo me colocaram para competir juntamente com as quadrilhas de nível adulto do bairro que morava na época (Telégrafo). Quando percebi, o diretor da quadrilha Sabor Açaí já estava indo em casa pedir autorização a meu pai, para que assim eu pudesse competir nos festivais intermunicipais, estaduais e regionais de quadrilhas (na época acontecia na praça Waldemar Henrique, Comércio, Belém / PA).
Desde então, não parei mais.
Tive que começar a trabalhar para pagar minhas aulas de dança contemporânea, que na década de 90 não eram tão baratas como ultimamente. Dediquei-me intensamente, fiz concurso de bolsas, passei, tornei-me monitor da minha professora Bárbara Santos e hoje sou professor na escola que comecei meus passos profissionais na dança, Ballet Jackeline Mendes.
Viajei, mesmo sem dinheiro, dois anos consecutivos para São Paulo onde fiz cursos de sapateado americano com a Prof.ª Vanessa Senna, percussora do sapateado na igreja no Brasil; afro com professores baianos; jazz musical com o ensaiador de Cats, da Broadway, Prof. Adenis; aula de dança contemporânea e ballet clássico com os primeiros bailarinos do Houston Ballet – USA; além de interpretação cênica, preparação física para bailarinos, contato e improvisação com os professores da Cia Jeová Nissi de Artes (maior companhia de artes cristã da América Latina).
Paralelamente, fiz cursos de técnicas circenses na Fundação Curro Velho, especializando-me em tecido aéreo e acrobacias. Sempre gostei de experimentar coisas novas, ir até meus limites. Sou apaixonado por coisas que me desafiam, e o circo me levou a exaustão. Apaixonei-me!
Vale ressaltar que a minha vida artística era reforçada na igreja, cuja incentivava meu caminho nas artes. Desde os meus 17 anos trabalho com arte dentro da igreja, sejam elas coreografias simples ou espetáculos de três dias de duração no período da Semana Santa. A igreja foi/é meu refúgio artístico e Deus minha inspiração.
Toda essa dedicação me levou a fazer aulas com professores renomados do Bolshoi[1] no Instituto de Artes do Pará – IAP, além de ter aulas com o coreógrafo da Anitta[2], Cia Fócus de Dança (patrocinada pela Petrobrás), Toshie Kobayashi, entre outros.
Em 2008 fundei a Cia Blessed de Artes Cênicas de Benevides, cujo objetivo era de juntar artistas que trabalhavam dentro das igrejas e compartilharmos experiências. A Cia desde então começou a participar de festivais locais, estaduais, nacionais e internacionais, desmistificando o amadorismo da arte cristã.
Tive aulas de canto para preparação vocal de bailarinos de musicais na Escola de Adoradores, em Belém/PA, dirigi e contracenei o espetáculo Édipo Rei, na Universidade Federal do Pará em Castanhal e, a partir de 2012 fundei e coordenei, juntamente com a Prof.ª MsC. Ana Alice de Melo Felizola (in memoriam) o Simpósio Artístico-Literário de Castanhal da Universidade Federal do Pará, campus Castanhal, que no ano de 2015 chega a sua 4ª edição de muita poesia, dança, teatro e reflexões sobre o ensino de letras e áreas afins.
Em novembro de 2014 terminei minha licenciatura plena em Letras, habilitação em língua portuguesa (UFPA), onde participei por dois anos do projeto de pesquisa intitulado Tradução, memória e arquivo, coordenado pela Dr.ª Sylvia Maria Trusen, que me inspirou a produzir minha monografia intitulada Folcloriar e interculturalizar: uma arte de (trans) formar, aprovada com conceito máximo e sugerida como proposta de intervenção para a Secretaria de Educação do Município de Castanhal.
No ano de 2014 dirigi e coreografei o espetáculo Caim e Abel: o primeiro homicídio, que foi estreado e reapresentado no Teatro Estação Gasômetro, em Belém, que me fez ser convidado em janeiro de 2015 pela Projeto News & Produções a participar, ministrar oficinas e coreografar o DVD Pensamentos em Santa Cruz do Capibaribe, Pernambuco. Aproveitando a viajem, fiz aulas intensivas de frevo e maracatu. Foi amor à primeira vista!
Atualmente continuo como professor de dança contemporânea, jazz, dança moderna e afro no Ballet Jackeline Mendes e coordeno a Cia Blessed de Artes Cênicas, de Benevides, que está em pleno funcionamento com o projeto de pesquisa A casa da luz vermelha, com o intuito de compilar narrativas de prostitutas e travestis, resultando em um futuro espetáculo.
Olhar para trás e ver sua trajetória é gratificante. Que a vida seja cheia de movimento, para que assim, ela seja cheia de vida!



[1] Uma das maiores redes de escolas de dança do mundo.
[2] Cantora brasileira de pop-funk da atualidade.

terça-feira, 15 de março de 2016

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Estar onde quer estar,
Abraçar quem deseja abraçar,
Olhar para quem você sempre quis olhar... Necessidades necrosadas pela inconstância do ser humano, que vive em total conflito.